sábado, 14 de junho de 2008



A vítima
Estava em casa e resolvi ir até o mercado. Arrumei a casa naquele dia e ainda estava animada. Fui até a parada e aguardei o ônibus chegar. Fiquei muito feliz ao encontrar lugares para me sentar.
O caminho era longo, fiquei observando os outros passageiros. No fundo, havia o homem sério, preocupado e ansioso. Pude perceber apenas olhando. Os outros passageiros eram mulheres.Percebia em cada uma um objetivo. Ir ao cinema, fazer compras, encontrar o namorado ou apenas passear.
Fizemos nossa primeira parada. O homem se levantou. Pensei que desceria. Passou por mime olhou dentro dos meus olhos. Nos encaramos por algum tempo, até que sacou uma arma. O medo tomou conta do ônibus, eu estava assustada e não sabia como agir. O assaltante passava um rancor no olhar. Uma senhora que se escondeu, conseguiu ligar para a polícia. O ônibus foi cercado.
O motorista foi o brigado a parar. O bandido não conseguiu roubar muito. Éramos poucas eaparentávamos não ter muitos pertences. Tinha a sensação de que ele, frio, não se importaria de nos matar para sair do cerco policial.
Me assustei quando me pegou pelos cabelos e me levantou. Fomos até a porta. O policial ochamava de Paulo, facilitando as negociações. Todas as tentativas de aproximação não funcionaram. Paulo pediu um carro. Exigiu mão ser perseguido. Me senti aliviada naquele momento. Pensei que provavelmente me soltaria, iria embora e poderia enfim, voltar para casa.
Para a minha surpresa, Paulo se entregou. Até hoje me pergunto o que se passava em suacabeça, para agir de maneira tão surpreendente. Um policial me perguntou como estava. Meu choro respondia qualquer pergunta. Eu só queria voltar para casa.


O policial
Hoje foi um dia diferente para a cidade de São paulo. Um homem de trinta anos assaltou umônibus com dez passageiros. Segundo relatos das vítimas, o homem entrou no ônibus como umpassageiro qualquer, os abordou no meio da viagem e começou a tensão. Não foi possível ouvirasconversas entre as vítimas e o seqüestrador , apenas imagens eram registradas pela imprensa.
Margarida Pessoa estava lá. Ela nos contou que foi ameaçada pelo seqüestrador no momentode sua fuga. Com medo da reação da polícia , ele se entregou. Quando foi examinado , nenhumdinheiro foi encontrado.Para a polícia, esta foi mais uma ação de desespero, um jovem comum,pobre, que não sabia como agir com a própria vida.
As vítimas foram levadas para prestar depoimento e o seqüestrador está preso. Ainda nãoforam divulgados os depoimentos do motorista e do cobrador.

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©2007 '' Por Elke di Barros