sábado, 14 de junho de 2008

1968 - O ano que não terminou.


Neste livro, Zuenir Ventura faz uma interessate reconstituição do ano de
1968, quando no dia 13 de dezembro, sexta-feira, foi editado o AI-5. Acreduto
que , a obra não se prende apenas a esse fato. Nos leva a viajar numa época de
heróis e de carrascos, de seus dramas e paixões, de suas lutas, suas vitórias, suas
derrotas. Este livro não pode ser classificado como um de história; é, na
verdade, um romance que vem da realidade: o retrato de uma geração que,
como no resto do mundo ,queria fazer uma revolução em todos os sentidos, mas
que .pelo menos aqui ,não conseguiu mais do que uma revolução cultural.

Começa falando de uma festa de réveillon, Zuenir mostra como, desde as
primeiras horas, 1968 já se fazia bastante diferente e marcado por audaciosas
experimentações, tanto na política como no comportamento. Testemunha e
participante do turbilhão que estava acontecendo, o autor ,de posse de um texto
muito atraente , conta com muita sensibilidade, como funcionavam e agiam o
PCB, as organizações estudantis (UNE, UME, entre outras), o movimento dos
intelectuais (artistas, cantores, compositores, cineastas). Além disso, o livro
transporta o leitor para o ambiente dos principais acontecimentos do ano, com
riquesa de detalhes e grande precisão. Incluem-se aí as passeatas realizadas, o
assassinato do estudante Édson Luís, a Sexta-feira Sangrenta, a Marcha os 100
Mil, o XXX Congresso da UNE em Ibiúna, a reunião que decidiu pela
implantação do novo Ato Institucional
Acima de tudo, Zuenir quer mostrar que a história de 1968 não termina aí.

Ela, na verdade, começa. O AI-5, tradução dos acontecimentos políticos,
culturais e sociais do período, durou dez anos , muito mais do que os cinco ou
seis meses previstos por Costa e Silva; seus efeitos mudaram gerações, a de
então e as que viriam.Podemos certamente afirmar que, as mudanças alcançadas
naquela época, possuem grande influência até hoje. Ao ler o livro, é possível
perceber.
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©2007 '' Por Elke di Barros